11/8/2009 - São Roque - SP
da Redação
Matéria exibida na edição de ontem da segunda edição do Tem Notícias, da TV TEM de Sorocaba, mostrou uma situação inédita: São Roque teve o melhor desempenho do setor industrial no primeiro semestre de toda a região de Sorocaba, com forte crescimento no nível de emprego.
O texto a seguir mostra a situação da indústria são-roquense no primeiro semestre:
Nem mesmo a crise econômica que vem quebrando empresas do mundo inteiro, causando forte recessão em diversos países, inclusive no Brasil, atrapalhou o sensível crescimento da indústria de São Roque neste primeiro semestre de 2009.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, a indústria paulista fechou o primeiro semestre com um saldo negativo de mais de 32 mil postos de trabalho, o que representa o fechamento de 1,22% das vagas existentes no primeiro dia do ano. Na região de Sorocaba os números foram ainda piores, com um saldo de 7 mil postos fechados, o que representa -5,5% das vagas.
Na contramão do que se vê em todo o país, a indústria de São Roque vive o seu momento de mais forte crescimento desde que o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, produzido pelo Ministério do Trabalho e Emprego) começou a publicar suas estatísticas, em 2000. Segundo os dados do Governo Federal, em São Roque a indústria assinou 769 carteiras de trabalho entre janeiro e junho deste ano, dando baixa em outras 583, um saldo de 186 novas vagas na cidade. Este é o recorde absoluto na década, superando inclusive o ano de 2004, quando foram abertos 185 postos de trabalho. O crescimento no semestre, assim, foi de 4,65%, mais de cinco vezes maior do que o crescimento geral do município, considerando todos os setores econômicos, que atingiu 0,85%.
O dado ganha ainda mais importância quando se compara com outras estatísticas. Em 2009, pela primeira vez na década, a Indústria foi o setor que mais contribuiu para o crescimento no número de empregos formais em São Roque. Além disso, se recuperou de um cenário negativo nos últimos três anos, já que de 2006 a 2008 sempre fechou o primeiro semestre com saldo negativo em número de carteiras assinadas. Em 2008, o saldo havia sido de 12 postos fechados no primeiro semestre.
Para Vinício César Pensa, presidente da AISAM, a Associação das Indústrias de São Roque, Araçariguama, Alumínio e Mairinque, os números do primeiro semestre mostram que a indústria de São Roque deve retomar o seu crescimento: “Chega a ser surpreendente ver que São Roque foi, nos primeiros meses do ano, uma ilha de crescimento em meio a um mar de recessão. Mais surpreendente ainda é que, mesmo com a crise, tivemos o melhor primeiro semestre da década. Isso acontece porque temos um parque industrial diversificado e que cresceu com organização, com planejamento, e agora estamos colhendo os resultados. Cada dia mais, a mão de obra é qualificada na cidade, graças a parcerias importantes com a Prefeitura, o SESI e o Sebrae, assim como todo o Sistema S e a FIESP”. Ele acredita que o segundo semestre possa trazer números ainda melhores para a cidade: “É com muito orgulho que a indústria volta a trazer um grande número de empregos para São Roque. No segundo semestre esperamos continuar nesta crescente, ajudando no desenvolvimento da cidade”.
O presidente da AISAM destaca o apoio que a indústria de São Roque tem dado aos jovens da cidade: “Graças à boa formação em escolas como a do SESI, o jovem são-roquense chega ao mercado de trabalho cada vez mais bem preparado. Assim, a indústria cada vez mais tem dado chances para o primeiro emprego. Só neste semestre, estreamos 118 carteiras de trabalho, o que representa 18,3% das contratações. Na região de Sorocaba, essa média é de 16,4% e no Estado de São Paulo chega a 14%. Esse número mostra o quanto a indústria acredita em São Roque, quanto trabalha para dar maiores oportunidades de crescimento à cidade”.
Região
Enquanto a indústria de São Roque vive grande momento, seus vizinhos passam por dificuldade. Tanto Mairinque quanto Araçariguama e Alumínio tiveram o pior primeiro semestre da década. Mairinque fechou 48 vagas, ficando negativo pela primeira vez em dez anos, Araçariguama fechou outras 204, enquanto Alumínio perdeu 426 postos de trabalho.