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21/3/2019 - São Roque - SP

Mês de Março, Mês das Mulheres (2019) | por Dra. Patrícia Bretz:




da assessoria de imprensa da Prefeitura de São Roque

Dia 8 de março é a data escolhida para se comemorar o Dia Internacional das Mulheres (parece que a ideia da data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas).

Sei que os (as) mais mal humorados (as) torcem o nariz, alegando que as mulheres não precisam de um dia específico para serem lembradas. Entretanto, deixando as divergências de lado, a pergunta é: há o que se comemorar de fato? Há, sim, e muito!

Neste artigo, gostaria de lançar luz nos diversos desafios que nós, mulheres, enfrentamos em cada fase de nossas vidas. Não é tão simples ser mulher. E eu, como Ginecologista, espero contribuir para deixar nossa vida mais prazerosa, cheia de qualidade e sem dor – da Menarca à Menopausa.

Teen, Cuidado para não Engravidar!:

A Menarca é a primeira menstruação da menina, que geralmente ocorre entre os nove (cedo, né?) e os 14 anos de idade.  Junto com os básicos cuidados com a higiene (o corpo sangra todo mês gente!), vem modificações galopantes nas formas e no comportamento. Os pais geralmente se afastam da menina (ou diria, nova mulher).

Nesta fase, é comum escutarmos de nossas mães: “cuidado para não engravidar”, naquele tom de ameaça que só as mães sabem imprimir. Esta frase vira um mantra, que pode atrapalhar e muito a sexualidade e o prazer desta garota, causando travas e traumas.  

Ou, pior, nada se escutamos. Paira no ar aquele grande silêncio. Uma incômoda lacuna se abre.  Flagramos horrorizadas, a amiguinha da rua, grávida aos 13 anos de idade, deixando forçadamente a boneca, a escola e os sonhos inocentes de lado, pelo menos, temporariamente.

Já repararam como gravidez na adolescência parece doença contagiosa. Os amigos da mesma idade não têm como ajudar.... A escola oferece parcos recursos para que a jovem garota explore e conheça seu corpo, com a devida segurança... E aborto é algo que, como médica, não posso apoiar.

Para piorar o cenário, os hormônios e o desejo sexual seguem à milhão nesta fase da vida, não é mesmo? E as meninas, simplesmente, não têm maturidade para tomar com regularidade a difundida, porém nem tão eficiente, pílula anticoncepcional.

O conselho que dou é: falem, falem e falem. Falem sobre sexo hoje e sempre. Aliás, comecem na infância. E nunca deixem de falar. Nesta fase da adolescência, em específico, é importante que a menina seja acompanhada pela mãe à primeira visita ao Ginecologista (e sem brigas, por favor!).  

E também aconselho que optem por métodos contraceptivos que não sejam a pílula, como o Implanon (implante que dura 3 anos) ou DIU Mirena. Ah, vacinem suas meninas contra o HPV e falem sobre o uso da camisinha para ajudar na contracepção e no cuidado e amor próprio, na prevenção de doenças.

Meninas com autoestima em dia é o que desejo às famílias, afinal, a vida é linda e deve ser linda também nesta fase.

 

Mulher Feita, Você Ainda não Engravidou?

Passado a fase da adolescência, a gente possivelmente não engravidou. Contudo, muitas de nós, que priorizamos carreiras e estudos, que levam anos e anos, ou mesmo nossas atividades como viagens e esportes, acabamos adiando a maternidade. Pânico. E agora?

Um prazo bom para se engravidar, pela primeira vez, seria até os 36 anos de idade. Claro que há inúmeros recursos como a Reprodução Assistida, o Congelamento de Óvulos e até mesmo a Barriga de Aluguel, a Ovodoação e a Produção Independente. Apenas alerto que tais práticas  levam tempo e dinheiro  - e podem não funcionar ou demorar mais o que o esperado.  

Também recebo em meu consultório um novo tipo de mulher, que é aquela cujo sonho da maternidade simplesmente não bate à porta. E tudo bem. Nada como ter essa liberdade sobre o próprio corpo e poder falar abertamente sobre o assunto.

Independente do caso, o fantasma da Endometriose, assombra muitas delas – tanto as mais jovens, quanto as que adiaram a maternidade ou aquelas que não desejam ser mães.  Hábitos de vida contemporâneos e alimentação de industrializados ajudam a explicar o fenômeno.  

Costumo dizer que a Endometriose “é o útero que chora por não ter engravidado”. Trata-se de uma doença de difícil diagnóstico e uma dor difusa que atrapalha e muito as atividades mais simples. Os Implantes Hormonais, bem dosados, são tiro certo e muitas delas relatam que simplesmente não sentem mais dor. Quer coisa melhor?

Entretanto, se o seu sonho é ser mãe, procure ajuda, mesmo com a tal da Endometriose instalada, pois tenho certeza de que você alcançar seus objetivos; como disse, os recursos da medicina estão aí para isso. Mesmo que você esteja mais velha, é possível e a maturidade traz outros recursos e belezas à maternidade.

 

Resignificando a Menopausa:

 

Sem muitos avisos, ela chega de mansinho e se instala... O fluxo menstrual já não é mais o mesmo, o desejo sexual também não e, para completar, algumas mulheres sentem aquelas famosas ondas de calor, a secura vaginal e a forte instabilidade emocional.

 

Um belo dia a menstruação simplesmente cessa. Parece um grande pesadelo. É a Menopausa. De novo o silêncio se instala (lembram da adolescência?) e nem mesmo as amigas querem conversar sobre o assunto, como se fosse possível interromper este processo natural por meio das palavras não ditas.

 

Vou te contar um segredo: não precisa ser assim. Vamos entender o que ocorre? A Menopausa acontece lá pelos 50 anos, antes ou depois, dependendo de cada organismo. Muitas mulheres relatam os famosos sintomas, outras não. Contudo, a parte mais importante é como lidamos com ela é que vai determinar nossa qualidade de vida.  

 

Fato é que a Menopausa é linda e deve ser acolhida. É a fase na qual a mulher está mais livre para fazer o que realmente gosta e se redescobrir, inclusive sexualmente. Tudo o que temos de fazer é nos ajustar para recebê-la, assim como fizemos na Menarca (foi fácil começar a menstruar por acaso? Risos, né?).

 

Do ponto de vista biológico, os Implantes Hormonais, com dosagem equilibrada, altamente tecnológicos e fácil de serem implantados (em consultório), aliviam os inconvenientes sintomas e podem dar aquele ‘up’ se o problema for a falta de libido. O cenário não é nada mau. A medicina avançou e muito.     

 

Já a parte psicológica se resolve com o cultivo de bons pensamentos e boas relações. Quem sabe um novo namorado? Um hobbie, um sonho, uma inspiração. Se ficar pesado demais, não hesite em procurar ajuda, como terapia, por exemplo. 

 

Tenho verificado sem surpresa - mas com muita admiração - mulheres que considero ícones Ageless aos 50, 60, 70, 80 de idade... trabalhando no que gostam, estudando algo inusitado e praticando atividades físicas. Não é possível determinar a idade dessas mulheres, muito menos limitar seus sonhos.  

 

Um último conselho? Procure se alimentar corretamente, manter o peso e ter bons hábitos. E sempre procure ajuda de um médico de sua confiança. 



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