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21/11/2007 - São Roque - SP

Portadores de Alzheimer que vivem em São Roque vencem concurso nacional de pintura, escultura e lite




De fato, a arte não impõe réguas transversais para limitar seu alcance. Prova disso são as manifestações artísticas – pintura, escultura e literatura – produzidas por idosos portadores da Doença de Alzheimer, hóspedes de uma casa de repouso no município de São Roque.

Três deles venceram o 7º Concurso Brasileiro de Artes da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer), em três categorias. Pedro Pinto de Oliveira, 75 anos, na categoria escultura, levou o 1º lugar; Naly Chade Sandoli, 89, faturou em pintura e Maria Scchiera Pagan, 84, ganhou na categoria literatura.

Maria não pôde ver a festa da premiação, realizada há duas semanas, mas morreu orgulhosa por saber que seu trabalho havia vencido. “Infelizmente, ela não esperou a festa; no entanto, lá de cima, com certeza, está acompanhando tudo”, diz, emocionada, Maria Guiomar de Simone Martines, uma das responsáveis pela casa Residencial Ciclo Vital.

Os trabalhamos produzidos são feitos integralmente pelos artistas-pacientes. “O que cada um recebe é uma orientação do seu curador; o trabalho, a criação, a feitura da peça, a obra, em si, são concebidas pelos idosos”, conta Shirley Ferreira, outra responsável pelo local.

Pedro Pinto de Oliveira, na escultura, foi orientado pelo filho e artista plástico Luiz Antônio de Oliveira. Naly Chade Sandoli, a campeã em artesanato, recebeu orientação da psicóloga Ana Paula Bernardi Camargo, enquanto a psicopedagoga Marta Mariano Zavanella orientou Maria Scchiera Pagan.

“É muito bom ver nossa batalha reconhecida”, diz a saltitante Naly Chade. “Não sei quem fica mais feliz; se eles ou nós orientadores; a alegria de ver a busca deles é muito grande”, conta Guiomar.


Criatividade ajuda no combate à doença
Genericamente, o Alzheimer atinge o cérebro, que se degenera e não consegue receber corretamente os sinais emitidos, provocando a morte dos neurônios ligados à capacidade de memória e aprendizagem.

Shirley Ferreira conta que a divulgação da doença, que afeta mais de 20 milhões de pessoas com mais de 65 anos em todo o mundo é primordial. Ela diz que os familiares precisam aprender a reconhecer os sintomas da doença para iniciar o tratamento o mais cedo possível. É preciso observar as alterações de comportamento, primeiro sintoma da doença, para se faz o encaminhamento a um especialista o mais rápido possível. Geriatras, psiquiatras ou neurologista são profissionais que podem confirmar a enfermidade. A farmacologia já produz remédio que retardam o avanço da enfermidade.

A casa repouso dos vencedores do concurso usam, além dos medicamentos prescritos pelos médicos dos pacientes, a arte como terapia. “E foi dessa terapia que nasceram esses artistas”, completa Shirley.

O concurso
O Concurso Brasileiro de Artes da Abraz, O Portador e seu Cuidador, é promovido há seis anos, no espaço cultural da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuro) na Capital.

Sem fronteiras, o concurso recebe trabalhos de vários Estados. Neste ano, 56 obras disputaram os prêmios em várias categorias, incluindo também música e artesanato.

Fonte: Jornal Bom Dia


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